Princesa Esmeralda da Bélgica evoca Chico Mendes na COP30 e exige Justiça Climática e para os Povos em filme
Na Mostra Pachamama segue ampliando vozes essenciais da luta socioambiental na Amazônia. No último domingo (16), o espaço recebeu a exibição de “Amazônia, o Coração da Mãe Terra”, documentário que reafirma a urgência da demarcação das terras indígenas e a continuidade das resistências que atravessam gerações.
Princesa Esmeralda abriu um espaço na agenda para estar com a equipe. Foto: Alexandre Noronha
O filme, dirigido pela Princesa Esmeralda da Bélgica e por Gert-Peter Bruch, é construído a partir de depoimentos diretos de grandes lideranças que há décadas atuam na linha de frente da defesa dos territórios.
A Princesa Esmeralda, ao contemplar o legado que nos move, evocou a essência da luta do seringueiro, a força que une a proteção da natureza com a defesa das pessoas. Em um momento em que a crise climática avança e ameaça a nossa vida, a mensagem é clara: precisamos ir além dos "discursos bonitos".
“Eu espero que esta COP seja uma COP de ação finalmente e não apenas boas palavras”.
Entre elas estão Raoni Metuktire, Valdelice Veron, Ninawa Huni Kui, Kretã Kaingang e Val Munduruku. A narrativa se ancora na experiência desses líderes que testemunham, denunciam e anunciam caminhos possíveis para a proteção da Amazônia. Cada relato articula memória, espiritualidade e análise política, evidenciando que a demarcação não é apenas um ato jurídico, mas uma estratégia de sobrevivência coletiva.
Ao longo da exibição, “Amazônia, o Coração da Mãe Terra” convoca o público a assumir responsabilidade ativa diante do colapso ambiental em curso. A obra apresenta a figura do Guardião da Mãe Terra como chamado ético e urgente: reconhecer o papel individual e coletivo na proteção da biodiversidade e no enfrentamento de projetos que colocam populações e ecossistemas em risco. O documentário chega à Mostra Pachamama como reforço de uma mensagem que atravessa toda a programação: é impossível discutir futuro sem escutar aqueles que há séculos defendem a floresta.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, já havia reforçado que o enfrentamento da crise deve ser uma prioridade em todas as plataformas, pois proteger as condições de vida é um imperativo ético. A esperança da Princesa é que a Conferência garanta o que é necessário:
“Que nós conseguiremos o que nós precisamos para justiça climática, justiça para as pessoas, e que nós possamos avançar finalmente”.