Última chamada: OPIRJ encerra inscrições de editais que fortalecem a luta indígena no juruá nesta quinta-feira

O objetivo é promover a gestão territorial e ambiental integrada das Terras Indígenas do Rio Juruá

A Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) é uma instituição criada para promover e defender os direitos dos povos indígenas da região do Vale do Juruá, no estado do Acre. Foto: OPIRJ

Os povos indígenas do Rio Juruá têm até esta quinta-feira, 12, para garantirem sua participação nos editais da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ). A iniciativa, fruto de uma parceria estratégica com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é um passo crucial para o fortalecimento institucional, a gestão territorial e ambiental, a segurança alimentar, a proteção florestal e a valorização cultural das comunidades da região. 

A Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) assinou, em novembro de 2023, um contrato significativo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esta iniciativa visa desenvolver a rede de organizações indígenas ligadas à OPIRJ, gerando melhores condições de vida, segurança alimentar, valorização da cultura e tradições das comunidades indígenas e a proteção vital da floresta.

O projeto, com duração de até três anos (36 meses), impactará diretamente mais de 11 mil indivíduos pertencentes a 12 povos indígenas das famílias linguísticas Aruak e Pano. Esses beneficiários habitam 13 Terras Indígenas, que totalizam mais de 640 mil hectares. Desse total, 11 TIs são formalmente abrangidas pela OPIRJ, abrigando cerca de 6.700 habitantes em 366 mil hectares nos municípios de Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. 

A importância desses editais é atestada pela voz de quem vive e respira a causa indígena. Luiz Nukini (Nîsti Inuvakevu), filho do saudoso Cacique Humberto Nukini e atual 1º Tesoureiro da OPIRJ, compartilha sua jornada e a relevância do projeto:

“Minha Trajetória na OPIRJ começou ainda em 2003, quando em Assembleia Geral da organização fui eleito coordenador e reeleito em 2006, concluindo o ciclo de dois mandatos no ano de 2009. Destaca-se que no primeiro mandato entre algumas atividades importante, foi construído o prédio/sede própria da organização e no segundo mandato, juntamente com as organizações indígenas OPIRE e OPITAR propomos e conseguimos criar a Coordenação Regional da FUNAI no Juruá, com sede em CZS. No ano de 2020 retornei para diretoria da OPIRJ na função de 1º Tesoureiro e continuo na função.”

Quatro eixos, um futuro sustentável

O projeto da OPIRJ se estrutura em quatro principais eixos, todos concebidos para impulsionar o desenvolvimento e a proteção das comunidades indígenas. Luiz Nukini detalha as ações já em andamento:

Eixo 1: Fortalecimento Institucional: Instalação de internet nos territórios e reuniões dos conselhos já fortalecem técnica e politicamente a OPIRJ e suas associações locais. A conectividade amplifica a voz indígena.

Eixo 2: Gestão Territorial e Ambiental: Construção de Núcleos de Gestão Integrada (NIGI) e estruturas de vigilância, além de planejamento estratégico, combustíveis e kits para monitoramento. Apoia também a regularização fundiária e a participação em reuniões transfronteiriças. Essencial para a proteção de terras e recursos naturais.

Eixo 3: Segurança Alimentar e Proteção Florestal: Distribuição de kits agroflorestais e construção de tanques de peixes. Isso garante a segurança alimentar e promove práticas sustentáveis, resgatando a soberania alimentar.

Eixo 4: Valorização Cultural: Início da construção de casas de passagem e o Festival Anual dos Povos da Floresta. Essas ações fortalecem a identidade cultural, incentivam a continuidade dos costumes e a transmissão do conhecimento ancestral para as novas gerações.

O futuro dos povos da floresta

“Estamos trabalhando com afinco e esperamos que o conjunto das ações do projeto fortaleça a organização dos povos indígenas dentro e fora dos territórios, aumentando a capacidade da organização OPIRJ e territórios estabelecer e reafirmar parceria que garantam a continuidade de apoio para desenvolver os processos de Regularização Fundiária, Proteção Territorial, Segurança Alimentar, Educação, Saúde, consequentemente proporcionando o melhoramento da qualidade de vida para população indígena da região”, enfatiza Luiz Nukini.

Ainda há tempo para que mais um capítulo de esperança seja escrito. Para mais informações sobre os editais e as ações da OPIRJ, entre em contato com a organização no site deles. A sua participação é fundamental para o sucesso dessa iniciativa!

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