Angela em Paris: Luz, câmera, ação e… Empate!

Nossa defensora favorita se aventurou no mundo do cinema em sua volta para Paris em um ano especial

Angela foi a Paris, acompanhar a exibição do documentário “Empates", de Sérgio de Carvalho. Foto: Associação Autres Brésils

EXT. ESCRITÓRIO DO COMITÊ CHICO MENDES - TARDE

Paris recebeu a 21ª edição do Festival Brésil en Mouvements, o mais importante evento de cinema documental dedicado ao Brasil na França, entre os dias 18 e 22 de setembro. 

ENTREVISTADOR

Angela, o que você foi fazer na França?

ANGELA MENDES

Esse ano, a França e o Brasil celebram uma parceria, então têm acontecido muitos eventos culturais lá. Fomos convidadas pela Associação Autres Brésils para participar do debate sobre o filme Empate, do diretor Sérgio de Carvalho.

INT. ESCRITÓRIO DO COMITÊ CHICO MENDES - TARDE

O filme revisita a história dos seringueiros do Acre nas décadas de 1970 e 1980, liderados por Chico Mendes, e reflete sobre os desafios contemporâneos enfrentados pelas reservas extrativistas e pelos povos da floresta diante do avanço do agronegócio e das políticas de destruição ambiental.

ANGELA MENDES

O Empate é um filme que retrata, mais de 30 anos após o assassinato do meu pai, o que mudou no cenário dos territórios e da política — especialmente nos territórios de uso coletivo, como as reservas extrativistas. Mostra o que avançou e o que ainda é desafio, pra que esse modelo se consolide como o melhor modo de viver em comunidade.

ENTREVISTADOR

Pode falar um pouco sobre o filme?

ANGELA MENDES

O filme foi gravado em um período de extrema ameaça à democracia, com um governo de extrema-direita que desmontou políticas socioambientais e trouxe grandes riscos aos territórios e às populações que vivem neles. A gente vê que o cenário não mudou muito desde a época do assassinato do meu pai. As violências continuam se instalando, agora também pela força do agronegócio e das mineradoras.

EXT. GALERIA BARRIGA VERDE - TARDE

Para a entrevistada, o documentário é muito atual, refletindo o momento que a gente vive. Para ela, foi muito bom, com a presença de muita gente e foi emocionante ver a reação das pessoas. Angela fala sobre o público presente.

ANGELA MENDES

O público pesquisou sobre o tema, fez boas intervenções, conhecia um pouco da luta na Amazônia. Foi emocionante e tocante ver a reação das pessoas. Eu mesma sempre me emociono ao assistir esse documentário. O saldo foi extremamente positivo.

ENTREVISTADOR

E qual a mensagem que o documentário levou ao Festival?

ANGELA MENDES

Acho que a grande mensagem que o Empate traz é que a gente precisa olhar pra trás e reconhecer os grandes movimentos e mobilizações do passado — os empates, os mutirões, as alianças. Não tem como seguir na luta sem olhar pra essa organização.

Angela com a organização do encontro na capital francesa. Foto: Associação Autres Brésils

INT. ESCRITÓRIO COMITÊ CHICO MENDES - FIM DE TARDE

A entrevista continua relembrando os momentos mais marcantes do festival, além de refletir o papel de discutir os empates neste momento atual.

ENTREVISTADOR

E qual o momento mais marcante de toda a agenda?

ANGELA MENDES

Tem um momento no filme em que o seu João Martins fala: “A gente precisa voltar ao tempo do Chico, dos grandes movimentos do sindicato, das assembleias, da força que a gente tinha juntos.” É sobre isso. Como juntos ainda vamos conseguir vencer muitas lutas e superar muitos desafios. Porque o que o filme mostra é que a nossa fortaleza está na união. E, na contramão, a nossa fraqueza está na desunião, quando cada um olha só pra si.

EXT. ESCRITÓRIO COMITÊ CHICO MENDES - FIM DE TARDE

Para ela, o Empate “mostra as alianças e nos mutirões que marcaram a luta dos povos da floresta”.

FIM.

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