Com investimentos de até R$ 8 milhões, Edital Dabucury abre inscrições para comunidades indígenas do Acre
A iniciativa reafirma o protagonismo dos povos da floresta não apenas do Acre, mas em toda a Amazônia Legal
Cartaz do projeto. Foto: CESE e COIAB
A Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) lançaram o 2º Edital Dabucury: Compartilhando Experiências e Fortalecendo a Gestão Etnoambiental das Terras Indígenas da Amazônia Brasileira, na segunda (01). Com apoio do Fundo Amazônia/BNDES, a iniciativa vai investir até R$8 milhões em até 30 projetos liderados por organizações indígenas da Amazônia Legal.
As inscrições seguem até 31 de agosto de 2025 e buscam fortalecer a elaboração e implementação dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) e outros instrumentos estratégicos para garantir o cuidado coletivo dos territórios.
Duas categorias para diferentes estágios da gestão territorial
O edital está dividido em duas categorias. A Urucum irá apoiar até 20 projetos com valores entre R$250 mil e R$300 mil voltados à implementação de PGTAs. Já a Jenipapo contemplará até 10 projetos, com aportes de R$150 mil a R$200 mil, para a elaboração, conclusão ou atualização de instrumentos de gestão.
As propostas selecionadas terão até 18 meses de execução, com possibilidade de prorrogação. Os critérios de seleção incluem a regularidade fiscal e documental das organizações, que este ano terão acesso facilitado às certidões e orientações jurídicas logo no edital, superando desafios enfrentados na edição anterior.
A primeira edição do edital, realizada em 2023, já demonstra resultados nos territórios. Dos 74 projetos recebidos, 28 foram apoiados, alcançando 47 Terras Indígenas e quase 43 milhões de hectares de floresta.
No Xingu, o Instituto Raoni conseguiu implementar atividades estratégicas no PGTA da TI Capoto-Jarina. No sul do Amazonas, a OPIAM conduziu de forma autônoma a elaboração do PGTA da TI Sepoti. No Amapá, o CCPIO e a Associação de Mulheres Indígenas de Oiapoque (AMIM) também ampliaram sua atuação.
Lançamento do 1º edital do projeto Dabucury em 2024. Foto: Keila Guajajara
“A parceria fortaleceu a gestão das organizações e promoveu autonomia administrativa e financeira, especialmente para as mulheres”, disse Renata Lod, vice-coordenadora do CCPIO.
Caminhos abertos para 2025
As organizações interessadas devem enviar uma Carta Consulta até 31 de agosto para o e-mail dabucury@cese.org.br, com o assunto “Edital Dabucury 2025”. Oficinas virtuais de tira-dúvidas estão previstas para os dias 17 e 31 de julho e 15 de agosto, sempre às 15h (horário de Brasília). As inscrições para as oficinas estão disponíveis no site:www.dabucury.org.br