Contra qualquer tipo de violência: a juventude precisa e deve ter o direito de se manifestar
Em defesa da democracia, da floresta e dos direitos humanos em todas as suas formas
Manifestantes levavam frases de conscientização ambiental. Foto: Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
O Comitê Chico Mendes vem a público manifestar solidariedade às pessoas que participaram do ato realizado durante a fala do governador do Acre, Gladson Cameli, do evento internacional GCF Task Force, na Universidade Federal do Acre, em Rio Branco no dia 23 de maio de 2025, e que foram vítimas de truculência e repressão por parte da segurança local.
Colaboradores e parceiros do Comitê Chico Mendes estavam presentes no ato, exercendo o direito à livre manifestação, pautando no que deveria mover toda a sociedade: a defesa da floresta, dos povos que nela vivem, da democracia e dos direitos humanos.
“Alguns sentaram, resistindo, e os seguranças começaram a usar da força, empurrando e puxando a gente. Os primeiros seguranças que falaram comigo foram até educados, mas a partir do momento que rolou uma resistência de outros militantes, eles partiram para a violência. Um deu um soco no ombro do menino, o menino revidou jogando uma garrafa na parede do centro de convenções. Dali em diante o caos já estava feito! Os rapazes resistindo e sendo agredidos, como vocês podem ver nos vídeos que estão circulando”, descreve uma das presentes .
Apesar de não nos envolver diretamente na organização da ação, repudiamos qualquer forma de violência, especialmente em espaços de participação ampla e democrática que se dizem voltados a discutir a consolidação do desenvolvimento sustentável. Devemos estar juntos para evitar que vozes que denunciam os retrocessos ambientais, o avanço do desmatamento, das queimadas, da grilagem, da pecuária extensiva e do agronegócio predatório sejam silenciadas.
Acreditamos que protestar é um direito legítimo. Defender a Amazônia, os direitos dos povos e o futuro do planeta é uma necessidade urgente. Logo, qualquer tentativa de repressão violenta à liberdade de expressão é uma ameaça à democracia, defendida pelo governo do Acre no discurso de ontem, e precisa ser apontada criticamente.
Reiteramos aqui, que o Comitê Chico Mendes está aberto para diálogos construtivos com todas as instituições, sejam elas governamentais, sociais e de militância. A democracia começa com diálogo com a juventude e a juventude precisa ter a garantia de se manifestar e denunciar suas dores. Foi assim que o legado de Chico Mendes, Marina Silva, Ailton Krenak e tantos outros começou. Eles também eram jovens em Empates contra a repressão que sentiam. Eram ativistas. Seguimos firmes no compromisso de manter viva a luta: não negociamos a floresta, não silenciamos diante da injustiça, e não recuamos diante da violência.
Nossa luta é e sempre será coletiva, pacífica, legítima e por justiça.