O lugar de Marina é onde ela quiser… e o nosso deveria ser o de respeitá-la!

A ministra merece respeito e cuidado com sua posição. Foto: Comitê Chico Mendes

Marina Silva, foi alvo de hostilidade e machismo durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, mais uma vez

O Comitê Chico Mendes se solidariza com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reafirmando que a defesa do meio ambiente e o legado de lutas como a de Chico Mendes não se submeterão a discursos retrógrados e autoritários.

O Senado Federal foi palco de um triste espetáculo de desrespeito e agressão contra, nesta terça, 27. Em meio a questionamentos sobre dados ambientais e cobranças infundadas por celeridade em obras de infraestrutura, a Ministra foi interrompida, teve seu microfone cortado e enfrentou comentários machistas e desrespeitosos.

A frase "O senhor gostaria que eu fosse uma mulher submissa. E eu não sou", proferida por Marina em resposta ao Senador Marcos Rogério (PL-RO), que a mandou "se pôr no seu lugar", ressoa como um grito de resistência não apenas de uma mulher, mas de toda uma trajetória de luta pela justiça socioambiental.

A insistência de alguns parlamentares em descreditar o trabalho da Ministra, acusando-a de prejudicar o país com "dados falsos" e "5 mil obras paradas", demonstra uma preocupação maior com interesses econômicos imediatos do que com a sustentabilidade do Brasil e a preservação de seus biomas.

A atitude do Senador Plínio Valério (PSDB-AM), que afirmou que a ministra deveria “se pôr no seu lugar", e a subsequente lembrança de Marina sobre a ameaça de enforcamento feita por ele, são exemplares de um padrão de ataque que visa silenciar as vozes que ousam defender a floresta e seus povos. A retirada da Ministra da audiência, diante da recusa do senador em se desculpar, foi um ato de dignidade e um claro posicionamento contra a violência política.

A pauta ambiental no Brasil, e especialmente na Amazônia, sempre foi um campo de batalha. O legado de Chico Mendes, de sua luta incansável pela floresta em pé e pelos direitos dos povos da floresta, nos ensina que a resistência é fundamental.

O Comitê Chico Mendes, forjado na defesa dos direitos dos povos da floresta e na luta por um desenvolvimento que não destrua a natureza, vê nos ataques à Ministra Marina Silva um ataque direto aos princípios que norteiam nossa existência. A conexão entre a luta de Marina e a de Chico Mendes é intrínseca: ambos enfrentaram e enfrentam a incompreensão, a ganância e a violência daqueles que veem a natureza apenas como um recurso a ser explorado.

É preciso reafirmar que a defesa do meio ambiente não é um entrave ao desenvolvimento, mas sim a base para um desenvolvimento genuíno e duradouro. O legado de Chico Mendes de Marina Silva continua vivo, precisamos protegê-los e, acima de tudo, respeitá-los.

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