Varadouro: Desmatamento no Acre avança 37% entre agosto e maio, mostra Imazon

dos varadouros de Rio Branco

A área de floresta desmatada no Acre aumentou 37% no período de agosto de 2024 a maio último, quando a comparação é feita com o período anterior do chamado “calendário do desmatamento”: agosto de 2023 a maio de 2024. No intervalo de tempo mais recente, o Acre perdeu 295 km2 de cobertura florestal, enquanto nos 10 meses anteriores a devastação foi de 215 km2. É o que aponta o boletim do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), divulgado nesta sexta-feira, 4, pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Os dados indicam que, mesmo com a mudança de postura do governo bolsonarista de Gladson Cameli (PP) de conter a sua política da boiada que levou o Acre a níveis recordes de desmatamento nas últimas décadas, os efeitos do afrouxamento das fiscalizações permanecem sobre a preservação da Floresta Amazônica no Acre.

Os dados do Imazon se complementam aos do Mapbiomas, que, em maio, apontavam o Acre como o único estado da Amazônia Legal a apresentar aumento da área derrubada ao longo do ano passado. De acordo com o SAD, o Acre se junta a Amazonas, Mato Grosso e Pará com os maiores registros de floresta devastada entre agosto de 2024 a maio último.

Em toda a região amazônica houve aumento de 15%. O levantamento mostra que 2.825 km² de vegetação foram derrubados, 375 km² a mais do que no período anterior, de agosto de 2023 a maio de 2024, quando foram registrados 2.450 km² afetados.

A área supera a extensão da cidade de Palmas, capital de Tocantins, e representa a sétima maior destruição da série histórica. Apesar da colocação, os calendários de 2021 a 2023 continuam liderando em volume de desmate.

“A perda de floresta está em tendência de crescimento. É fundamental que os órgãos de comando e controle reforcem as ações voltadas à contenção da devastação, que compromete a integridade das florestas, sua biodiversidade e contribui com o processo das mudanças climáticas”, alerta Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Em meio à intensificação das ações de fiscalização, a Reserva Extrativista Chico Mendes continua a ocupar as 10 primeiras posições entre as unidades de conservação mais desmatadas da Amazônia Legal. Em maio, segundo o Imazon, a cobertura florestal perdida dentro da UC foi de 0,5 km2. Outra área protegida bastante impactada é a Floresta Estadual do Antimary, localizada entre Sena Madureira e Bujari: 0,3 km2.

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